segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fotojornalismo

Esse trabalho foi elaborado para apresentarmos um seminário sobre o Autor com Produtor em Fotojornalismo....Confiram!

No texto O Autor como Produtor, a autora inicia falando sobre a importância que tem o autor de uma obra ser engajado, ou seja, ser envolvido com a causa dos trabalhadores.
Citando Walter Benjamim, que em 1934 defendeu o mesmo que ela, afirma que um autor que se vende ao mercado não tem liberdade.

Partindo deste ponto, a autora diz que: “é preciso exigir qualidade da obra que adere á tendência revolucionaria, pois a tendência política correta inclui uma tendência literária”, que por sua vez, pode consistir num desenvolvimento progressista ou regressivo.

Para isto é necessário é inserir a obra nas relações sociais de seu tempo.
Então, o autor jornalista, por exemplo, antes de noticiar os acontecimentos precisa ajudar a produzir os acontecimentos. Antes de relatar, ele combate, participa do processo, ao invés de só testemunhar.

Ela cita alguns escritores como Tretiakov que escreveu panfletos, convocou as massas para comício, escreveu boletins e participou da coleta de fundos e redigiu reportagens.
Mas é preciso também atualizar os conceitos sobre formas e gêneros literários, pois eles surgem e desaparecem de acordo com as necessidades de seu tempo.

Muitas formas e gêneros literários que deixaram de existir ou que hoje são desvalorizadas, podem voltar a ter importância para atender os padrões de uma época e podem ser úteis nas práticas políticas e artísticas, pois todas as formas que surgiram e que surgem, aparecem e desaparecem, segundo as necessidades de seu tempo. Um exemplo disso é a prática de persuasão que é usado desde a antigüidade e segundo o texto, diz que “aprender a identificar essa prática é um ganho tão grande quanto saber qual a melhor técnica para plantar uma semente”.
E, fomos habituados a pensar que muitos gêneros não existem nenhuma conexão, por exemplo, entre ciência e literatura; crítica e produção original; cultura e política; etc.
Partindo desse princípio, os jornais são organizados segundo a impaciência do leitor. Seu conteúdo explica bem essa divisão de gêneros. As redações sabem explorar o fato de que nada liga mais o leitor ao jornal do que a impaciência que reclama todos os dias alimento novo e ainda abrem espaços para opiniões e protestos.
Mas de acordo com as observações de Walter Benjamin, estamos vivendo um longo processo, onde as formas literárias estão se fundindo cada vez mais, e essa idéia de que não há ligação alguma entre esses gêneros, podem deixar de ser relevantes e atrapalhar nossas iniciativas.
Na União Soviética, durante o período revolucionário, do qual Tretiakov participou, foi eliminada a diferença entre escritor e público, entre teatro e jornal; ficção e documentário, que a imprensa insiste cm manter artificialmente. O leitor soviético estava sempre preparado para se tornar um escritor, o leitor de jornal passou a ter acesso à autoria. A autoridade para escrever, deixou de um treinamento e passou a ser uma experiência politécnica, ou seja, converteu-se em patrimônio comum. A imprensa transformou-se em um processo de fusão dos gêneros. Além de ultrapassar a distinção entre pesquisador e repórter, foi superada a distinção entre escritor e leitor.
É por isso que uma análise dos escritor intelectual como produtor, tem que partir da imprensa. Ela é uma referência decisiva, porque no capitalismo, o jornal não é um meio de produção válido na mão do escritor, ele pertence ao capital. E nesta condição, o escritor encontra muitas dificuldades de escrever. Balzac, no século XIX escreveu que a imprensa não é tão livre quanto o público imagina, segundo ele, a liberdade de imprensa é mais hipócrita do que se pensa, ela só é livre diante dos fracos e pessoas isoladas.
Na Alemanha, nos tempos de Benjamin, haviam muitos escritores simpatizantes do socialismo, mas apenas na teoria. Faziam parte da chamada “intelectualidade de esquerda” e foram responsáveis pelos grandes movimentos literários dos anos 20. Benjamin trata de dois casos para demonstrar que o engajamento político pode parece revolucionário num texto, mas na prática funciona de modo contra-revolucionário, pois o escritor só é solidário “espiritualmente” com o proletariado, mas não enquanto produtor, pois ele não se enxerga como proletário. Esses movimentos ficaram conhecidos como “ativismo” e “nova objetividade”.
***Ativismo é acreditar que eles são homens de espírito e o que vale é a capacidade de ser racional e produzir bons argumentos. Eles desqualificavam intelectualmente os trabalhadores organizados e alegavam que eles pensavam deficitariamente, ou seja, não sabiam pensar nem escrever.
Não que isso não seja importante, mas não é o suficiente, porque, segundo Brecht, o mais importante na política é pensar na cabeça dos outros.
A atitude mais radical dos ativistas, foi o pacifismo na Primeira Guerra Mundial e como eles se limitaram a escrever contra a guerra, o resultado foi nulo.

Walter Benjamin questiona até as declarações a favor do socialismo, pois percebe nelas uma posição contraria a luta de classes e contra a revolução proletária.
Um dos ativistas chegou a escrever que: Da luta de classe pode decorrer a justiça mas não o socialismo.
E para Beijamin, este lugar, equivale a reivindicar a condição de “padrinho Ideológico”sem compromisso real com a luta .
Mas o verdadeiro desafio foi colocado por brecht o de não abastecer os meios de produção sem tentar modifica - los num sentido socialista, Isto é procurar a inovação técnica e lutar pela libertação dos meios de produção intelectual.
O outro movimento , a “NOVA OBJETIVIDADE” limitava se em abastecer os meios de produção. E foi este movimento que lanço na Alemanha a moda da reportagem, a começar pela fotografia. Esse movimento do interesse do capital mostrou que tudo pode ficar belo no sentido burguês, até mesmo a miséria captada por uma câmera tecnicamente mais desenvolvida segundo a Ideologia dominante. Tudo pode ser um objeto de consumo “uma mercadoria”. E ele conclui que enquanto os fotógrafos transformam a miséria humana em mercadoria os escritores da nova objetividade transformam a luta contra a miséria em mercadoria e nessa literatura a política deixa de ser um motivo de decisão e transforma -se em um objeto de contemplação.

· Após a miséria humana ter sido transformada em mercadoria pelos fotógrafos
· Os escritores (de esquerda) foram além, transformaram a luta contra a miséria em mercadoria.
· Esses escritores não são produtores, são agentes ou burocratas que fazem ostentação de sua pobreza.
· Só o engajamento não basta. A melhor das opiniões é inútil quando não torna seu emissor útil.
· O escritor que não quer se agente ou burocrata tem que também ter atitude de professor, ensinando os seus leitores a serem escritores.
· É necessário trazer mais consumidores para o processo de produção.
· Leitores viram produtores orientados pelos escritores
· Walter Benjamin usa teatro épico de Brecht como exemplo de luta contra o convencional (comercial, burguês)
· Não enxergam o cinema e o rádio como concorrentes do teatro e sim complementos.
· Teatro épico tenta aprender com todos os novos meios de produção, pois tem como alvo a luta de classes. Encara como um desafio colocar-se à altura do cinema e do rádio
· O teatro épico dispensa os aparatos do teatro burguês (ação dramática, comercial e ilusionista) e estimula a percepção e o raciocínio. Adota a montagem, inspirado no cinema, na rádio e na imprensa.
· Procura não inspirar emoções em seu público e sim fazê-lo pensar de maneira crítica.
· Para isso, usa como ponto de partida o riso: a pessoas pensam melhor quando contraem o diafragma ao invés da alma.

O Teatro Épico

· Foi Bertolt Brecht (1898-1956) o teorizador do teatro épico.

· Revolucionou o teatro com peças que visavam estimular o senso crítico e a consciência política do espectador.


· Trata-se de um teatro "moderno", que se opõe ao teatro de forma dramática, criando, então, o termo épico, sinônimo de narrativo (narra acontecimentos que envolvem o espectador)

· Um dos elementos mais marcantes é o chamado efeito de distanciação.


· O teatro épico tem uma função social, que conduz o espectador a uma apreciação crítica não apenas do que está a ser representado, mas também da sociedade em que se insere.

· O distanciamento causa uma espécie de "efeito de alienação", desviando, assim, o público do caso narrado.


· Uma vez não identificado com o mundo cênico, vê de fora a sua própria situação social refletida no palco.

· Estuda o comportamento humano em determinadas situações, levando o público a tomar consciência de que tudo pode e deve ser modificado, exigindo dele a tomada de decisões.





ALINE DE OLIVEIRA DAMASCENO
LARISSA SOOMA SILVA
MONICA JUREMA MIRANDA
ROBERTA AZEVEDO


O AUTOR COMO PRODUTOR

Trabalho de Fotojornalismo
Profa. Caroline P. Sotillo

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